Foto divulgada pelo Programa Arqueológico Huanchacho, em 27 de agosto de 2019, mostra restos de 227 crianças, oferecidas em um ritual de sacrifício pela cultura pré-colombiana Chimu, descobertos por arqueólogos no setor Pampa La Cruz, em Huanchaco, município costeiro de Trujillo, 700 km ao norte de Lima.
"Até agora encontramos os restos de 227 crianças sacrificadas da cultura Chimu", disse à AFP o arqueólogo Feren Castillo, após indicar que os trabalhos haviam começado em 2018.
O local de sacrifício maciço de crianças foi descoberto no setor Pampa La Cruz em Huanchaco, um município litorâneo de Trujillo, a terceira cidade do Peru, 700 km ao norte de Lima.
"Somos o maior lugar do mundo onde foram encontrados restos de crianças sacrificadas", destacou Castillo na cidade de Trujillo. Ele explicou que os restos têm entre 1.200 e 1.400 anos de antiguidade.
Castillo afirmou que os menores, com idades entre quatro e 14 anos, foram sacrificados em um ritual aos deuses da cultura Chimu (de 1.200 a 1.400 anos de antiguidade) com a finalidade de aplacar as catástrofes naturais ligadas ao fenômeno climático El Niño.
Os restos das crianças foram encontrados estendidos em direção ao mar. Alguns têm pele, cabelo e protetores de ouvido de prata.
O sítio de Huanchaco não representa a primeira descoberta maciça de crianças sacrificadas em Pampa La Cruz. Em junho de 2018, foram encontrados restos de 56 crianças.
Pampa la Cruz fica a dois quilômetros de Huanchaquito, onde em abril de 2018 foram descobertas 140 crianças e 200 lhamas oferecidas em um ritual similar, cujos restos datam do período entre os anos 1400 e 1450.
A civilização Chimu se estendeu ao longo da costa peruana até o atual Equador. Por volta do ano 1475 desapareceu ao ser conquistada pelo império inca.