Contrair alergias alimentares é algo que pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade. No entanto, por conta do amadurecimento incompleto do sistema imunológico, crianças de até 3 anos de idade têm mais chances de desenvolver a condição.
“É por este motivo que, com o passar dos anos, a maioria das alergias em crianças pode desaparecer”, explica a alergista Ariana Yang, responsável pelos ambulatórios de alergia alimentar e dermatite atópica do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP.
De modo geral, a alergia alimentar é uma reação incomum e exagerada do sistema imunológico, em forma de defesa, que ocorre após a ingestão de um determinado alimento, e causa intolerância contra a própria proteína alimentar. Alimentos como leite de vaca, ovo, soja, amendoim, peixe e frutos do mar podem provocar reações.
A administradora Janaína da Silva conta que sua filha Júlia teve uma reação a camarão, que nunca havia acontecido antes. “Ela sempre comeu peixes e frutos do mar, mas nesse dia começou a inchar e sua pele ficou toda marcada. A médica disse que isso era muito comum. Hoje tomamos muito cuidado para que ela não consuma esses alimentos”, conta.
A especialista explica que os sintomas mais comuns aparecem na pele, como urticária, angioderma e dermatite atópica. Porém, podem aparecer problemas gastrintestinais como diarreia, vômitos e dores abdominais, e, em situações mais graves, reações anafiláticas, como aperto no peito com queda de pressão arterial, arritmias cardíacas e colapso vascular (choque anafilático).
Os cuidados dependem de cada tipo de alergia e o tratamento é dividido em partes. “Recomendamos acompanhamento nutricional, especialmente para crianças, pois os alimentos mais frequentemente envolvidos nas alergias são a base da alimentação infantil. Além disso, é importante orientar um tratamento preventivo para cada tipo de reação e monitorar a evolução e desenvolvimento de tolerância das alergias”, finaliza Ariana.